Reality bites

Pode ser um processo demorado e difícil concluir que o mundo não gira em torno do nosso próprio umbigo, que não somos o Sol do universo, o centro das atenções. Que nem todo mundo na mesa ao lado está falando sobre a gente, que na verdade ninguém olha quando entramos no ônibus, no salão de baile, whatever. Não temos nada de especial, we're not unique snow flakes. Nesse momento, por exemplo, ninguém deve estar pensando em mim. Eu não penso ou falo o tempo todo sobre você. Nem tudo que acontece na minha vida é por culpa direta ou indireta sua. Chegar a essa conclusão às vezes é bem difícil. Não é?

Heh.

(Achar que eu não tenho culpa nenhuma de nada pelo que acontece ao redor também está errado, então, né?)

Deve ser por isso que quando passo muito tempo self centered, tentando resolver minhas questões, me sinto mal por não saber direito que porra é essa que está acontecendo em São Paulo, por exemplo. Self centered é me-myself-and-I. Sou só eu, tão preocupada e ocupada comigo mesma, que é egoísta. Mas egoísta não é egocêntrica. É?

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Um cara que conheci bem costumava fugir pela tangente sacando um "mas nós estamos falando de você, não de mim" quando a conversa tomava rumos indesejáveis. Ele mesmo soltou outra pérola inesquecível num diálogo supostamente sério:

- O mundo não gira em torno do seu umbigo!
- Então PROVE!!!

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Pensar - e escrever - sem embasamento teórico ou sério suporte analítico sobre isso faz neguim ficar dando voltas: se eu ficar te dizendo que você não é o centro do universo, posso estar querendo dizer que o centro sou eu, você tá chamando demais a atenção - mais que eu.

Heh. Thanx God quase ninguém lê isso.
Thanx God filosofias orientais. Tô indo ali e já volto com um chá verde.